O IAP – Intenção, Ação, e Percepção

Quantas vezes agimos com a melhor das intenções mas terminamos com desentendimento, brigas, e consequências negativas?
Este problema ou desentendimento infelizmente é muito comum em nossas vidas, mas não é impossível de resolver. Ele só requere que a gente entenda a relação entre Intenção, Ação, e Percepção, ou como a gente o-chama: O IAP.
Intenção → Ação ← Percepção



I – Intenção é interna. Nossas intenções são geralmente representativas do que desejamos que aconteça. A menos que comuniquemos aos outros quais são nossas intenções, eles não podem ver/adivinhar


A – Nossas intenções guiam nossas ações. Diferente da intenção, a ação é externa. Ou seja, embora os outros não consigam ver nossas intenções, eles podem ver nossas ações.


P – Percepção também é interna; no entanto, é interno à pessoa que recebe ou observa as ações e não àquela que as dá. As percepções que os outros tem sobre nossas ações são baseadas nas interpretações que eles tem de tais ações.


Como funciona o IAP?
Pense no conceito que para cada ação há uma intenção. Com isso em mente, antes de tomar uma ação, faça as seguintes perguntas:
  • A minha ação (ações) corresponde a minha intenção (intenções)?
  • Quais ações alternativas poderiam me ajudar a atingir minhas intenções / meus objetivos?
  • Embora eu não possa controlar a percepção que outro tem sobre minhas ações, qual seria a melhor maneira de transmitir a minha intenção para os outros?


Usando o IAP
Ex. 1: Minha intenção é que o meu parceiro ouça o que tenho a dizer. Minha ação é falar mais alto do que ele, para que ele possa me ouvir, ou ser sarcástica para que ele possa ver o quanto estou frustrada. A percepção das minhas ações pode ser que eu não estou ouvindo meu parceiro, que eu não me importo com o que ele tem a dizer, ou que eu estou sendo desrespeitosa com ele. A consequência provavelmente seria uma briga, o que é exatamente o oposto da minha intenção inicial.
Usando o IAP neste senário, eu convido você a pensar nas seguinte questões:
  • As minhas ações correspondem as minha intenções?
    • Se eu falar mais alto ou sarcasticamente, o meu parceiro vai escutar o que eu tenho a dizer?
  • Quais são as ações alternativas que poderiam me ajudar a atingir minhas intenções / meus objetivos?
    • E se eu falar para ele que sinto que não estou sendo escutada e que eu gostaria da oportunidade de dizer para ele como eu me sinto? Eu provavelmente teria que dar a mesma oportunidade para ele.
    • Eu poderia escrever uma carta para organizar meus pensamentos e emoções e pedir para ler a carta pra ele sem ser interrompida.
  • Embora eu não possa controlar a percepção que os outros tem sobre minhas ações, qual seria a melhor maneira de transmitir a minha intenção para eles?
    • Se eu informar meu parceiro da minha intenção, talvez ele seja mais receptivo às minhas ações.


Ex. 2: Minha amiga brigou com o namorado pela milésima vez. A minha intenção é mostrar a ela que eu me preocupo com ela e que eu a apóio não importa o que aconteça. Minha ação é dizer a ela que ela deveria terminar com ele, já que ele não a trata como ela merece. A percepção dela pode ser falta de apoio, por que agora a minha amiga sente que ela tem que defender seu namorado, possivelmente criando uma distância na sua amizade.
Usando o IAP:
·      As minha ações correspondem às minhas intenções?
o  Se eu falar para a minha amiga terminar com o namorado dela, ela vai entender que eu a apóio e que estou aqui para o que ela precisar?
·      Quais são as ações alternativas que poderiam me ajudar a atingir minhas     intenções/meus objetivos?
o  Talvez eu possa ouvir o que ela tem a dizer e perguntar o que ela gostaria de fazer em relação ao seu namorado.
o  Talvez eu possa perguntar que tipo de apoio ela gostaria.
·      Embora eu não possa controlar a percepção que os outros tem sobre minhas ações, qual seria a melhor maneira de transmitir a minha intenção para os outros?
o  Se eu falar para ela que estou sempre ao seu lado, aí ela sabe que pode contar comigo quando precisar.
Espero que isso tenha ajudado.
Escrito por Patricia Timerman, LMHC, LMFT, NCC and Diretora da Firma Advocate2Create

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